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2020
Esta exposição apresenta o olhar da arquiteta e artista Helga Freitas Pompeu, em sua pesquisa como doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável – Escola de Arquitetura, UFMG. Nela, Helga apresenta uma coleção de rendas artesanais, cuidadosamente selecionadas e emolduradas. Estas rendas foram confeccionadas com a técnica de rede de pesca, conhecida como renda turca. O seu arranjo expositivo propõe uma nova percepção sobre quão delicados são estes trabalhos e procura despertar a sensibilidade dos visitantes que, atraídos pelas suas formas, encontrarão uma familiaridade com algum objeto artesanal presente em seus lares. Rendas guardadas com tanto esmero podem tocar nossa memória e nos fazer pensar em algo semelhante para uma toalhinha artesanal esquecida no fundo de uma gaveta em casa. Na exposição, a percepção pode ir além dos objetos expostos e passear pelas histórias de familiares que em algum momento da vida aprenderam a arte de tecer.
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À propos du projet
Os trabalhos apresentados nessa exposição virtual vieram de várias regiões do Brasil e é possível, através deles, conhecer um pouco da história das artesãs. A relação entre a arquiteta e artista e as artesãs se mescla e suas influências marcam profundamente não só o resultado da sua pesquisa como também o olhar e as atitudes em relação ao mudo da própria pesquisadora, numa relação de reciprocidade e cumplicidade. O caráter interdisciplinar da coleção permitiu ampliar as percepções do lugar e das pessoas que dele participam. As fotos e as peças em renda manual foram colecionadas durante o mestrado, no mesmo programa de pós-graduação. O contato com a produção e interrelações após quatro anos da defesa da dissertação mostram que o saber fazer das rendas manuais, também conhecido como patrimônio intangível da humanidade, transcende o espaço e seus objetos para alcançar profundamente o sentido da existência humana.
Para compreender a atuação das artesãs houve uma pesquisa participante junto às rendeiras da cidade de Sabará (MG), com quem foi possível vivenciar todo o processo de produção artesanal. Além disso, diversos meios, como as redes sociais, foram utilizados para a comunicação com outras rendeiras no país. Esta experiência propiciou o testemunho de outras realidades e mostra a diversidade do acervo aqui apresentado. A exposição é composta de trabalhos emoldurados, vestuário feito a partir da renda, fotografias de todo o processo de pesquisa e objetos, como os instrumentos de tecer e os materiais mais utilizados. Ao registrar estes objetos e verificar as semelhanças entre a renda de Sabará e as encontradas em outras regiões do Brasil e em outros países, Helga procurou revelar a importância da presença feminina como impulsionadora de processos fundamentais à consolidação de identidades e a autonomia econômica.